Verão de 77 — Capítulo 2

 


 — O cheiro dela ainda estava nele

O dia seguinte amanheceu abafado, com o sol queimando o telhado de zinco da oficina onde Gabriel trabalhava. O calor não vinha só do clima — vinha da lembrança de Helena, do gosto do seu beijo, do aperto de suas pernas, do jeito como ela o engolia com a boca quente.

Ele ainda sentia o cheiro dela na pele, misturado ao suor seco e ao leve aroma de cigarro que ficara grudado no pescoço. O corpo parecia não ter descansado, como se tivesse ficado a noite inteira esperando o momento de atravessar de novo a cerca.

Ao meio-dia, depois de almoçar às pressas, ele lavou o rosto e seguiu até a casa amarela. A porta estava aberta, e Helena, deitada no sofá, folheava uma revista , usando apenas uma camisola de seda fina, transparente o suficiente para revelar a curva dos seios e o contorno suave por baixo do tecido.

Ela ergueu os olhos lentamente, um sorriso preguiçoso surgindo no canto da boca.

— Pensei que ia demorar mais para aparecer, garoto.

— Eu disse que ia voltar — ele respondeu, entrando como se já fosse parte da casa.

Helena soltou uma risada curta e fez um gesto para que ele se aproximasse. Gabriel obedeceu, ajoelhando-se diante dela. A ponta dos dedos dele subiu pela perna dela, sentindo a maciez quente da pele. Helena abriu levemente as pernas, deixando-o ver o quanto já estava molhada.

— Quer provar o meu dia? — ela sussurrou.

E ele quis.


 — Entre a língua e o gemido

Gabriel inclinou o rosto e começou a beijar o interior das coxas dela, primeiro com cuidado, depois com mais fome. Helena se recostou, fechando os olhos e soltando um suspiro que parecia arranhar a garganta.

Quando a língua dele encontrou o centro dela, o corpo de Helena reagiu como se tivesse sido tocado por eletricidade. Ele explorava cada dobra, cada pulsar, chupando devagar e depois mais rápido, como se aprendesse uma música de cor.

Helena passou os dedos pelos cabelos dele, guiando o ritmo, gemendo baixo.

— Assim… não para… chupa… ahhh, Gabriel…

Ele sentia o sabor salgado e doce ao mesmo tempo, e cada vez que ela rebolava contra sua boca, o pau dele latejava, preso e duro dentro do jeans. Quando ela gozou, o corpo inteiro tremeu, e Gabriel não tirou a boca até sentir o último espasmo de prazer.

Helena o puxou para cima, beijando-o com força, sentindo o próprio gosto nos lábios dele.

— Agora é a minha vez de brincar… — ela disse, com aquele olhar que prometia coisas perigosas.


 — A tarde que queimou no corpo

Helena o levou até o quarto, onde a luz do sol entrava filtrada pela cortina de renda. Empurrou Gabriel sobre a cama, tirou sua camiseta e abriu o zíper da calça, libertando o pau dele, que pulsava com veias saltadas.

Ela se inclinou, passando a língua desde a base até a ponta, olhando nos olhos dele. Gabriel gemeu alto, segurando nos lençóis como se precisasse se manter no mundo. Helena o chupava devagar, fazendo pressão com os lábios e soltando, só para provocar.

Quando finalmente subiu sobre ele, o encaixe foi perfeito — quente, apertado, como se o corpo dela tivesse sido feito para recebê-lo. Helena cavalgava devagar, jogando o cabelo para trás, enquanto ele segurava firme em sua bunda.

O calor da tarde, o cheiro do sexo e o som dos corpos se encontrando enchiam o quarto. Gabriel gozou primeiro, com um gemido rouco, e Helena continuou se movendo até gozar também, jogando-se sobre ele com a respiração descompassada.

Eles ficaram ali, suados, deitados lado a lado, ouvindo o som distante de um rádio tocando Elton John. Helena acendeu um cigarro, e Gabriel sabia que não importava quantas vezes voltasse àquela casa — nunca seria suficiente.


Capítulo 1 – Quando o Desejo se Disfarça de Acaso

Capítulo 1 — Vozes Entre as Paredes


Por Clara Noir para o blog Noites Proibidas.
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