Um olhar entre as pastas
Os dias que se seguiram ao primeiro encontro na sala 703 foram um exercício de autocontrole. Clara mantinha a postura — salto firme, batom impecável, olhos afiados. Mas algo dentro dela fervia. O toque de Gabriel ainda marcava sua pele, sua respiração… seu desejo.
Ele, por outro lado, parecia ter entrado em uma nova zona de conforto. Caminhava pelos corredores da empresa como quem sabe um segredo. E sabia.
Clara evitava olhá-lo nos olhos por muito tempo. Quando cruzavam no elevador ou na copa, o ar parecia mais denso. Como se o mundo inteiro estivesse em silêncio esperando que algo voltasse a acontecer.
Na manhã de sexta-feira, um novo e-mail chegou.
Assunto: Revisão de Apresentação – Sala 703
Horário: 19h
Gabriel Monteiro adicionou você a esta reunião.
Clara fechou o e-mail. O sangue pulsava em seu pescoço. Estavam brincando de novo. Mas agora ela sabia o jogo. E queria mais.
A cidade dorme, os corpos despertam
Às 18h59, Clara caminhava pelo andar vazio da agência. A maioria dos funcionários já havia ido embora. As luzes estavam parcialmente apagadas. O som dos saltos ecoava nos corredores como um prelúdio de algo proibido.
Ela usava uma saia lápis preta, camisa branca com dois botões abertos e uma lingerie que escolhera de manhã pensando naquela possibilidade: renda preta, sem alças, pele exposta.
Quando abriu a porta da sala 703, ele já estava lá. Encostado na janela, olhando a cidade iluminada. A gravata pendia do pescoço como um adereço esquecido. Ao vê-la entrar, sorriu. Um sorriso lento, seguro, perigoso.
— Achei que você não viria — ele disse.
— Eu vim revisar sua apresentação — ela respondeu, trancando a porta.
Ele se aproximou. Os olhos atentos como quem lê cada linha do corpo dela.
— Então me mostre onde errei.
Uma apresentação sobre o prazer
Clara sentou-se à mesa, cruzou as pernas com elegância e tirou da pasta algumas folhas impressas. Gabriel ficou em pé atrás dela, olhando por cima do ombro.
— Essa parte está confusa — ela disse, apontando o texto.
— Qual parte? — ele perguntou, abaixando-se até que os lábios quase tocassem a orelha dela.
— A parte onde eu ainda acho que estou no controle.
A respiração dele pesou. Clara virou o rosto. Seus lábios quase se tocaram.
— Então mostre o que você quer controlar — ele sussurrou.
E ela mostrou. Levantou-se devagar, virou-se de frente para ele e, sem perder o contato visual, começou a abrir os botões da camisa. Um a um. Cada gesto carregado de intenção. Quando abriu o último, revelou a lingerie de renda. Gabriel passou a língua pelos lábios.
— Você provocou isso, Gabriel. E agora vai lidar com as consequências.
Palavras, ordens e mãos firmes
Ele a empurrou delicadamente contra a mesa e a beijou com fome. A boca exigente, as mãos já explorando seu corpo com uma confiança que beirava o insolente. Clara respondeu com a mesma intensidade. Mordeu seus lábios, cravou as unhas em sua nuca.
— Hoje, você não manda em nada — ele disse, já ofegante. — Hoje você vai aprender o que é obedecer… de verdade.
Ela arqueou as sobrancelhas, desafiadora.
— Então me ensine.
Ele a virou de costas, puxou sua saia até os quadris e se ajoelhou atrás dela. Clara apoiou os cotovelos na mesa. Estava completamente exposta — corpo e alma.
A língua dele tocou sua intimidade com precisão. Lento no início. Explorando cada dobra, cada suspiro. Depois mais intenso, mais firme. Dois dedos penetraram enquanto a boca massageava o clitóris com ritmo controlado.
Clara mordeu os lábios para não gemer alto. O corpo tremia. As pernas falhavam.
— Não pare… — ela gemeu, dominada.
No limite entre dor e delírio
Gabriel se levantou e puxou a calcinha para baixo com firmeza. O som da peça rasgando fez Clara estremecer. Ele a penetrou em um único movimento, profundo, cheio de intenção.
Ela soltou um gemido abafado. As mãos espalmadas na mesa. As unhas arranhando a madeira. Cada estocada era um comando.
— Isso, Clara. Sente. Tudo.
Ele se inclinou sobre ela, sussurrando obscenidades em seu ouvido. Frases curtas, sujas, que faziam sua mente derreter.
— Você é minha agora.
— Vai gozar assim, sendo usada.
— Gosta de ser mandada, não é?
Ela não respondia. Não conseguia. Só gemia, se entregava, se dissolvia naquele prazer bruto, intenso, quente como lava.
Gabriel segurava seus cabelos, puxava devagar enquanto investia com força. O som dos corpos se chocando preenchia a sala. Lá fora, a cidade continuava. Mas ali dentro… o mundo era outro.
Gozos em silêncio e olhos em chamas
Quando Clara gozou, o corpo inteiro se arqueou. Um grito preso na garganta. As pernas tremendo. As lágrimas nos olhos, não de dor, mas de excesso.
Ele ainda não havia terminado. A virou de frente, ergueu-a sobre a mesa com uma facilidade que a excitou ainda mais. Sentou-se na ponta da mesa e puxou-a para seu colo, encaixando-a novamente.
Ela cavalgava agora. Com os cabelos soltos, o rosto suado, os seios quase escapando da lingerie. Olhos fechados, boca entreaberta.
— Assim… — ele guiava seus quadris com as mãos firmes.
Ela o olhou. Os olhos de uma mulher que conhecia o prazer e já não temia mais se perder nele.
— Me faça sua de novo, Gabriel.
E ele fez.
Epílogo: Desejo agendado
Quando Clara saiu da sala, passava das oito. O andar estava escuro, silencioso. Ela ajeitou os cabelos, passou batom novamente e caminhou até o elevador com a mesma elegância de sempre.
Mas algo havia mudado. Dentro dela. O prazer não era mais um desvio. Era parte do caminho. Parte do que ela era agora.
Na semana seguinte, outro convite chegou.
Assunto: Brainstorm Criativo – Sala 703
Horário: 20h
Apenas dois convidados.
Clara sorriu. Já sabia que ideias criativas brotariam ali. Mas o que ela mais esperava… era o que viria entre uma ideia e outra. Entre um comando e uma rendição.
A sala 703 havia se tornado o local onde Clara era menos chefe — e mais mu
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Assinatura:
Escrito por Clara Noir – Para Noites Proibidas
Uso exclusivo para o blog.