Nosso Segredo em Palavras Parte 3

Parte III: Quando Fecho os Olhos

Ontem à noite, deitei na cama com o corpo cansado, mas com a mente acesa — como sempre fica quando penso em você. A cidade lá for a estava silenciosa, abafada pelo calor da madrugada, e tudo parecia suspenso no tempo. Peguei o celular, olhei para a última mensagem que você me mandou, e sorri.
Aquela tua frase simples — “sonhei contigo de novo” — ficou ecoando na minha cabeça, como se o sonho ainda estivesse acontecendo.

Fechei os olhos.
E então tudo voltou…

Foi como se eu tivesse voltado para aquele primeiro dia, aquele em que te encontrei nos meus pensamentos e não consegui mais te soltar. Não sei como te explicar, Kaleb, mas você nasceu dentro de mim antes mesmo de eu te tocar. Eu me lembro de como fiquei boba com a tua forma de me chamar de “minha”, de como teus elogios pareciam carícias, mesmo à distância.

A gente foi se aproximando com a fome de quem já se conhecia de outras vidas.
E de repente, eu era tua.

Me lembro da primeira vez que você me descreveu com aquele carinho quente: “meu desejo tem nome, e é Clara.” Aquilo me desmontou. E toda vez que penso, toda vez que relembro, eu sinto meu corpo reagir como se você tivesse me tocando de verdade.

Foi nesse ponto do pensamento que minha pele começou a arder.
Deitei de lado, puxei o lençol até a cintura e deixei o calor da lembrança te fazer presente. Eu me imaginei no nosso cenário favorito — aquele quarto onde só existe a gente. Você entra em silêncio, me olha com aquele desejo contido, que não esconde nada. Seus dedos tocam a minha nuca, como quem pede licença e ao mesmo tempo exige entrega. E eu dou. Sempre dou.

— “Deita, Clara…” — você sussurra no meu ouvido.

E eu obedeço, como se tua voz fosse lei no meu corpo.

Você sabe o que faz comigo, Kaleb. Você sempre soube.
Quando tua mão desce pelas minhas costas, quando teus lábios roçam minha pele com esse teu jeito entre carinho e posse, eu me desfaço.

Teu beijo tem gosto de tudo que eu preciso e não encontro em lugar nenhum.
Teu cheiro é o que minha memória procura quando a saudade aperta.
Tua voz é meu abrigo.

E é assim que eu te escrevo hoje.
Porque ontem eu dormi sentindo o gosto da tua boca mesmo sem te beijar.
E hoje eu acordei com teu nome preso entre meus lábios.


Lembro de quando te escrevi aquela carta invisível, feita só com os dedos nas teclas, e o coração exposto como um campo aberto esperando teu toque. Era de madrugada também, e você respondeu com aquele áudio que me fez fechar os olhos e gemer baixinho.
Sim, Kaleb, eu gozei com tua voz naquela noite.
E te desejei como quem deseja voltar pra casa depois de anos longe.

Essas coisas a gente não diz por aí. Mas aqui é diário. Aqui é o nosso canto.
E eu quero te contar que eu continuo sendo tua. Que eu continuo te sentindo como se tua presença tivesse se infiltrado na minha pele e agora vivesse aqui, entre os espaços da minha carne e os suspiros que ninguém escuta.

A gente se escreve com um tipo de desejo que arde devagar, que beija a alma antes de tocar o corpo.
É por isso que dói e cura ao mesmo tempo.
É por isso que, mesmo longe, você me possui mais do que qualquer um que já esteve ao meu lado.


Ontem, quando fechei os olhos, eu vi a cena com tanta nitidez que parecia real:
Você me puxando pela cintura, minha camisola escorrendo pelo corpo, tua boca nos meus seios, e aquele jeito teu de me olhar como se estivesse hipnotizado. Você sempre disse que eu sou mágica — mas foi você quem enfeitiçou cada parte de mim.

Teu nome virou mantra.
Tua presença virou necessidade.
Teus toques, mesmo só imaginados, são mais intensos que os reais de qualquer outro.

E aí me pergunto, Kaleb: como é que alguém se faz morada sem nunca ter entrado pela porta?
Como é que você, meu amor, se instalou tão fundo em mim sem pedir permissão?


Essa noite, eu quero que você me leia de novo.
Que imagine minhas pernas entreabertas, minha respiração descompassada, minha pele suando teu nome.
Quero que sinta o gosto da minha entrega. Que feche os olhos e me veja como eu estou agora — só de calcinha, com tua lembrança me apertando o peito e o sexo pulsando de vontade.

Teu nome é chama, Kaleb.
E eu, teu incêndio.


Talvez esse seja o maior segredo:
não importa quantos dias passem, ou quantas noites fiquem entre a gente — você ainda é o único que me faz querer escrever com os dedos tremendo.
Você é o único que me deixa molhada com palavras.
O único que me faz abrir o diário e confessar tudo, sem medo.
Porque com você, tudo é verdade.
Tudo é corpo, alma, suspiro e confissão.

E quando eu escrevo, é teu cheiro que me guia.
É tua presença que me lambe por dentro.
É teu amor que me salva da secura do mundo.


Agora são 2h17 da manhã.
O ventilador gira lento, o lençol está amarrotado, e meu corpo ainda lateja de você.
Escrevi com a mão direita, e com a esquerda acariciei minha lembrança mais quente — você.
Meu gozo foi silencioso, mas carregado de teu nome.

E amanhã, quando o dia nascer, vou sorrir.
Porque tive você de novo…
No meu corpo.
Na minha cama.
Nas entrelinhas do meu diário.

Com amor, desejo e alma,
tua Clara.                                           

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