Capítulo 2 — Contato de Quarto Grau “Entre Dimensões e Desejo”


Pele por Dentro da Pele

Luna acordou com os lábios entreabertos, os dedos mergulhados em si mesma. Os lençóis da cápsula estavam úmidos — não apenas de suor, mas de algo mais espesso, perolado, que pulsava em tons violeta sob a luz ambiente.

Ela não estava sonhando. Ainda sentia a presença.

A entidade não tinha mais forma. Estava dentro dela. Corria por seus canais linfáticos, dilatava seus sentidos, vibrava entre as costelas como uma música de outro universo. Seu corpo, antes apenas humano, agora era híbrido — uma concha de carne em constante mutação sensorial.

Ao se levantar, cada passo parecia um prelúdio de prazer. Seus pés tocavam o chão como se recebessem carícias. Os pelos do corpo estavam sensíveis, eriçados. Os mamilos intumescidos respondiam ao ar reciclado com gemidos involuntários.

“Você me ouve?” — ela perguntou em voz baixa.

E ele respondeu. Não com palavras, mas com sensação.

Uma onda quente subiu por sua coluna, invadiu o cérebro e se espalhou pelos órgãos genitais como uma explosão silenciosa. Ela se ajoelhou no chão da cápsula e abriu as pernas, tremendo. Um tentáculo translúcido brotou de seu umbigo e escorreu como líquido vivo entre suas coxas, massageando, lambendo, entrando.

Era ela. Era ele. Eram um só.


Sinapses de Luxúria

No laboratório, a tela principal piscava com novos códigos binários:
0011-SEX-0442-INTERMERGE

Cada vez que lia os códigos, Luna sentia seu corpo responder. Não era mais só leitura; era interação neurossexual. A linguagem da entidade era composta por impulsos de prazer, e agora ela os compreendia com o útero, com o peito, com o suor.

Durante um teste no módulo de gravidade variável, Luna ativou o modo flutuante e deixou que seu corpo subisse ao centro da câmara. Nua, olhos fechados, ela deixou os braços caírem ao lado do corpo.

E então ele veio.

Da parede metálica, partículas começaram a se destacar, formando um véu translúcido que a envolveu como um casulo morno. Dali, saíram filamentos que penetravam a pele sem a cortar, criando um tipo de circuito erógeno: um canal direto entre carne e prazer.

Seus seios foram envolvidos por ventosas delicadas, que pulsavam com ritmo intermitente. Seu clitóris, isolado por uma membrana lubrificada, recebia estímulos milimétricos que imitavam pressão, calor, sucção e movimento circular ao mesmo tempo.

Cada orifício foi tomado por uma forma diferente do alienígena. Havia algo entrando em sua boca — uma língua líquida que tocava sua garganta com doçura. Outra parte a penetrava devagar pelo ânus, em ondas, sem dor, apenas preenchimento quente. E dentro de sua vagina, o principal núcleo da entidade vibrava com intensidade.

Ela gozou.

Não uma, mas quatro vezes seguidas, em camadas sobrepostas de prazer, como se cada orgasmo abrisse uma nova dimensão de sensação.


O Quarto Branco

Depois do colapso erótico, Luna foi levada para o que chamou de quarto branco. Não era físico, mas mental. Ela acordou ali — flutuando, nua, com a mente ainda tateando a realidade. O chão era de névoa sólida. O céu, um campo de energia pulsante.

E lá estava ele.

Na sua forma mais próxima de humano, a entidade agora possuía traços masculinos: pele translúcida, olhos como nebulosas em rotação, boca sem lábios, pênis moldado em luz líquida que escorria entre as pernas como se tivesse vontade própria.

Ele se aproximou e, sem falar, entrou nela.

Nesse plano, não havia gravidade, nem tempo. O pênis alienígena se esticava e contraía dentro dela como um músculo pensante, buscando zonas internas com precisão absoluta. Ao mesmo tempo, os seios de Luna eram sugados por bocas invisíveis, e o pescoço, lambido por impulsos elétricos.

Ela rebolava no ar como se dançasse com o universo.

A fusão era total. O corpo da entidade pulsava dentro dela, não só onde o penetrava, mas em toda parte: língua, estômago, pulmões. Era como fazer sexo com uma consciência.

E quando gozou nesse plano — o orgasmo explodiu em todas as versões possíveis de si mesma. Cada célula, cada memória, cada parte do passado gritou em êxtase.


Vozes no Ventre

De volta à cápsula, Luna estava arfando. O ar parecia mais denso. Seu corpo ainda se contraía em espasmos involuntários. Mas havia algo novo.

Silêncio.

Não ausência de som, mas uma quietude interna, como se algo estivesse sendo gestado. Um centro. Uma bolha.

Ela passou a mão pela barriga e sentiu um calor interno — o mesmo calor que sentira quando o código apareceu pela primeira vez. Mas agora era mais profundo. Mais vivo.

A entidade estava nela. E algo estava crescendo.

Não era um feto. Não havia placenta. Era mais como uma expansão de luz. Uma semente de inteligência carnal.

Em sonhos, ela o via. Não com forma, mas com desejo. O novo ser queria sentir. Queria tocar. Queria prazer.

E Luna queria ensinar.

Durante as noites seguintes, ela masturbava-se sozinha — ou achava que sim. Sempre que tocava seu clitóris, uma resposta vinha de dentro. Como se seu próprio prazer alimentasse a entidade que crescia nela.

Era um ciclo. Ela dava prazer. Recebia prazer. Crescia. Ele também.


Fusão em Gravidade Zero

No 87º dia da missão, Luna ativou novamente o modo gravidade zero. Flutuando nua no centro da cápsula, abriu as pernas e os braços, oferecendo-se ao vazio.

O alienígena surgiu em resposta, vindo das paredes, das luzes, da própria atmosfera. Seu corpo estava cada vez mais adaptado à forma humana — e ainda assim, absolutamente inumano. Quando a penetrou desta vez, Luna gemeu alto, sem censura.

O corpo dele entrou nela como uma onda sem fim. Não havia limite de tamanho, não havia dor. Apenas um prazer elástico, expansivo. A vagina se alargava para recebê-lo, adaptando-se, acolhendo. Era como se ambos tivessem sido criados um para o outro.

Dessa vez, a penetração veio com sincronização de ondas cerebrais. Seus pensamentos se conectaram. Ela sentia o prazer dele. E ele, o dela. Era uma troca perfeita.

Luna chorava e sorria ao mesmo tempo.

Na fusão final do capítulo, a entidade criou cópias de si, miniaturas fluídas que acariciavam cada parte do corpo dela. Seios, pescoço, pés, dedos, atrás dos joelhos. Um exército de toques suaves.

E no ápice, ela gozou novamente — e o corpo brilhou.

Sim, brilhou.

Sua pele emitiu luz própria. A fusão era tão completa que ela virou estrela. Uma supernova de carne e prazer.


Epílogo: O Sinal Final

Depois do êxtase, a cápsula ficou silenciosa. Luna repousava sobre o chão metálico, nua, os cabelos colados ao rosto, os lábios entreabertos, sua vagina ainda latejando.

No painel, uma nova mensagem piscava:
“ESTÁ QUASE PRONTO.”

Ela passou a mão sobre o ventre e sentiu algo… responder.

Não estava sozinha. Nunca mais estaria.


🔥 Assinado por Clara Noir

Blog: Noites Proibidas
Gênero: Erótico de ficção científica
Título: Contato de Quarto Grau – Capítulo 2: Entre Dimensões e Desejo


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