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posso sugerir “sons de chuva”, “sons de floresta à noite” ou “sussurros”.
Parte 1 – A Nova Melodia
Era outono em Castro Velho, uma cidade escondida entre colinas e vinhedos eternamente embriagados de bruma. Tudo parecia imóvel, até que a chegada de uma nova integrante sacudiu a rotina silenciosa da Orquestra Filarmônica de Castro Velho.
Lívia, 22 anos, recém-saída do conservatório, carregava seus sonhos e um violino gasto pela ansiedade de sua estreia. Ela não imaginava que ali, entre partituras e ensaios, encontraria não só sua chance — mas o abismo mais sedutor que já se abriria diante de seus pés.
Daniel, o primeiro violoncelista, era o tipo de homem que tocava com os dedos e incendiava com os olhos. Alto, moreno, cabelos desalinhados como sua reputação, era casado com a regente da orquestra, a fria e magnética Helena, uma mulher de 38 anos com um corpo escultural e mãos que dominavam tanto as cordas do violino quanto as rédeas do marido.
Logo nos primeiros ensaios, Daniel notou os olhares inocentes — e famintos — de Lívia. Um deslize no tempo da música virou motivo para um toque mais demorado, um elogio sussurrado, um olhar que prometia mais do que uma simples correção.
“Você tem talento, menina… mas precisa aprender a se entregar de verdade ao instrumento.”
Palavras com duplo sentido se tornaram rotina. E o desejo, uma sinfonia crescente.
Parte 2 – Primeiros Ensaios, Primeiras Provocações
No final de uma noite chuvosa, após o ensaio, Helena observava do alto da varanda da sala de música enquanto Daniel e Lívia conversavam mais uma vez — sozinhos. Seu rosto não demonstrava ciúmes. Apenas… interesse.
Helena não era ingênua. Sabia reconhecer tensão sexual como quem lê uma pauta musical. E o que via ali era um prelúdio — um prelúdio que ela mesma poderia reger, se quisesse.
Na semana seguinte, convidou Lívia para jantar em sua casa.
“Apenas para dar boas-vindas,” dissera, com um sorriso misterioso.
Lívia aceitou. E naquela noite, o quarteto se completaria.
A quarta peça? Chamava-se Rafael, o jovem e misterioso pianista que morava na casa de hóspedes dos maestros, convidado por Helena meses antes para uma temporada de composições. Era belo, recluso e observador — e Helena sabia que um dia ele quebraria o silêncio de forma estrondosa.
Naquele jantar, a música tocava ao fundo, o vinho fluía, e os toques começaram a surgir nos detalhes: dedos roçando ao servir a bebida, olhares trocados por cima das taças, silêncios cheios de promessas.
Depois da sobremesa, Rafael se ofereceu para tocar no piano. Escolheu Debussy. Enquanto os acordes flutuavam pelo salão, Daniel levou Lívia para a varanda. As mãos dele tocaram o dorso nu dela com a naturalidade de quem conhecia seu próprio instrumento.
“Você sabe o que está fazendo comigo, não sabe?” — ele murmurou ao pé do ouvido.
Parte 3 – Improviso a Quatro Mãos
A noite virou madrugada.
Helena os viu voltarem da varanda com os olhos acesos. Não disse nada, apenas se levantou e caminhou até Rafael, ainda ao piano. Tocou o ombro dele e sussurrou algo. Ele a seguiu sem hesitar.
No andar de cima, Daniel levou Lívia para o quarto de hóspedes. Era amplo, com janelas altas, cortinas pesadas, e uma cama macia que parecia feita para devorar corpos.
Ele a beijou como se não tivesse amanhã. A tensão dos ensaios se dissolveu em toques quentes, em roupas sendo arrancadas no compasso do desejo. Lívia tremia, não de medo — mas de entrega. Ele a deitou com cuidado, como se afinasse um instrumento delicado antes do concerto mais arriscado de sua vida.
Lá em cima, Helena e Rafael estavam igualmente nus. Ela o dominava com precisão, conduzindo o corpo dele como um arco firme sobre as cordas de seu prazer. Rafael, mais novo e sedento, se deixava guiar, mas seus gemidos entregavam a potência contida por tanto tempo.
Por volta das três da manhã, os quatro se encontraram novamente na sala de música. Ninguém falou nada. Apenas se entreolharam, suados, os corpos ainda vibrando. Lívia sorriu primeiro.
“Podemos ensaiar algo… novo?”
Helena foi a primeira a dizer sim.
Parte 4 – Concerto para Corpos em Fúria
As noites seguintes deixaram de ser apenas sobre música. Cada ensaio virava um jogo. Cada olhar, um convite. Rafael e Daniel dividiam os toques em Lívia com sincronia quase coreografada. Helena, sempre atenta, às vezes apenas observava — e outras, tomava o centro da cena.
Houve uma noite em que todos se encontraram no teatro, após o último concerto. No palco nu, à luz baixa do refletor central, os corpos se entrelaçaram como em uma peça final: gemidos abafados por beijos, mãos explorando sem pedir licença, desejos libertos de qualquer moralidade de cidade pequena.
Não havia mais volta. Eles haviam ultrapassado todos os limites.
E cada um deles, no fundo, sabia: aquela harmonia sensual jamais seria esquecida.
Final – Silêncio Entre as Notas
No último concerto da temporada, a orquestra se apresentou para uma plateia lotada. Lívia, agora com olhar confiante e sensual, liderava o solo da noite. Rafael no piano. Daniel e Helena em suas posições.
O público via música.
Eles, no entanto, tocavam lembranças. Cada nota era um eco das noites em que seus corpos foram mais honestos do que qualquer partitura permitiria.
Quando os aplausos tomaram o salão, Lívia sorriu.
Não era apenas pelo reconhecimento. Era por saber que, naquela cidade esquecida, ela havia encontrado muito mais do que um lugar para tocar.
Ela havia aprendido a se deixar tocar — sem vergonha, sem censura, sem pudor.
Por Clara Noir para o blog Noites Proibidas.
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